Navegadores da mente. . .

John Watson (1878-1958)

 

John Watson e a perspectiva behaviorista

    Para Wundt o objecto da Psicologia era o estudo da consciência e dos processos mentais. A doutrina de Wundt, desenvolvida e completada pelos seus discípulos, ficou conhecida pelo nome de estruturalismo (designação criada pelo seu mais ardente defensor, o americano Edward Titchener) e considerava possível descobrir a estrutura dos processos mentais mediante um método analítico denominado introspecção.
    Watson efectuará uma ruptura radical com a doutrina de Wundt, discordando completamente do psicólogo alemão quanto ao que julgava serem o objecto e o método da Psicologia.
    Quanto ao método, Watson criticava a introspecção porque não lhe reconhecia qualquer objectividade. Na perspectiva daquele que foi o primeiro douturado pela Universidade de Chicago em Psicologia, a introspecção baseia-se em relatos de uma pessoa que não podem ser verificados pelos outros e, além disso, as descrições introspectivas variam imenso. O carácter subjectivo da introspecção é, para Watson, incompatível com aquilo que deve ser um método científico.
    A revolução de Watson consistirá em mostrar que a Psicologia só será uma ciência no sentido pleno do termo (dotada de um método objectivo) se o seu objecto de estudo for empiricamente observável. Caso contrário, não será consumada a sua emancipação em relação às especulações de tipo filosófico.

O objecto de estudo da Psicologia segundo Watson

Em "A Psicologia tal como o behaviorista a vê", obra publicada em 1913, Watson argumentava que o psicólogo não devia estudar a consciência ou os processos mentais. Tal como não podemos observar a alma, não podemos observar a consciência e os processos mentais. Para Watson, a Psicologia só podia ser o estudo do que é observável e verificável. Não sendo o primeiro behaviorista mas aquele que popularizou e sistematizou esta perspectiva, Watson redefiniu o objecto da Psicologia, afastando qualquer referência à consciência.
 

O conceito behaviorista de comportamento:
   
    O behaviorismo é uma corrente que define a Psicologia como a ciência do comportamento (behavior).
    O comportamento é, para Watson, toda e qualquer resposta observável de um organismo a um determinado estímulo. Fazer compras, jogar futebol e xadrez, comer, saudar alguém são exemplos de comportamento. De uma forma mais completa e precisa o comportamento é, para o psicólogo americano, o conjunto de respostas observáveis a estímulos igualmente observáveis provenientes do meio em que um organismo se insere.
    Um estímulo é qualquer impressão ou dado proveniente do meio ambiente em que alguém está situado. Ondas sonoras e luminosas, os anúncios publicitários, o choro de um bebé são exemplos de estímulos.
    

    Na perspectiva behaviorista, a tarefa da Psicologia seria a de prever, dado certo estímulo, a reacção de um organismo e perante determinada resposta, identificar o estímulo ou estímulos que a desencadearam. Estamos perante uma concepção causalista do comportamento. Este é um conjunto de actos que são totalmente condicionados pelo meio ou situação (estímulo ou conjunto de estímulos) e pode ser explicado pela fórmula ESTÍMULO-RESPOSTA, pondo de parte a referência a qualquer factor mental:

                                                                                            Ri=f (s)


    R é a resposta e S a situação (factores ambientais, históricos, culturais e educativos) que a condicionam e determinam. A letra "f" indica que as respostas ou comportamentos variam em função das situações que nos condicionam. O que somos é o resultado de vários condicionamentos a que desde o início da vida somos submetidos. A nossa própria educação e socialização é um conjunto de condicionamentos previamente planeados.
 

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